O crescimento das organizações e as movimentações econômicas dependem, necessariamente, dos milhões de trabalhadores no mundo. Mas, no ambiente profissional, tudo pode alterar o equilíbrio e impactar no resultado. Logo, colocar o negócio em uma rota de desenvolvimento contínuo se tornou questão de sobrevivência.
Nesse sentido, as empresas buscam mão de obra cada vez mais talentosa e qualificada. Afinal, a globalização acirrou a competitividade de mercado, gerando grandes mudanças desde o uso de novas tecnologias até os modelos de gestão de pessoas, processos, resultados, negócios e clientes.
Esse ambiente tem sido tão intenso e veloz que, segundo vários pesquisadores, haverá picos de ausência de profissionais qualificados a cada cinco anos em inúmeras economias globais. E, para cada novo pico, ocorrerá o declínio de muitas carreiras e profissões.
Diante deste cenário, o ideal é usar as transformações sofridas pela carreira como oportunidades para desenvolvê-la. Mas cabe reforçar que, nesse processo, todo cuidado é pouco no que diz respeito ao ego. Afinal, comportamentos em que prevaleça o uso indiscriminado dele podem representar uma armadilha – e não uma força. O mesmo vale para sua total ausência ou negligência.
O Ego
Para entender o ego do ponto de vista prático, é necessário refletir sobre dois fatores: autoconhecimento e competência social:
Autoconhecimento
É a base para a compreensão do “eu”: como se relaciona consigo e com o mundo. Nesse sentido, destacam-se alguns pontos:
• Conhecimento de forças e fraquezas;
• Conhecimento de suas capacidades técnicas e comportamentais;
• Campo de domínio de algumas competências;
• Aprendizados reconhecidos como oportunidades;
• Maturidade emocional.
Competência social
• É a capacidade de se relacionar em grupo, pedindo e oferecendo apoio, ressignificando novas soluções e integrando mudanças ao ambiente de trabalho. Isso requer:
• Empatia e autoconfiança;
• Reconhecer a complexidade das relações;
• Flexibilidade mental e emocional;
• Proatividade de “fazer acontecer”.
Ao avaliar esses dois principais pontos, nota-se que eles caminham do “eu” para o “nós”. Se pensarmos em uma linha imaginária em que o “eu” é uma extremidade e o “nós” a outra, é possível fazer a seguinte reflexão: “Estou mais próximo de qual delas?”
É claro que a resposta depende de vários aspectos e pode mudar de acordo com as situações. Isso nos leva a uma nova ponderação:
Quais são os impactos das circunstâncias em mim e ao meu redor?
Se a conclusão vier acompanhada da sensação de que os dois lados crescem, a chance de estar no caminho certo é grande.
Lembre-se! É importante ser bem honesto nessas duas reflexões. Se necessário, consulte um profissional experiente em tais análises e busque o feedback de pessoas com as quais esteja envolvido. Vale salientar que a leitura equivocada desses pontos pode trazer vários desequilíbrios pessoais e profissionais.
O ego pode até nos ajudar na jornada da autoconfiança, mas a linha divisória entre ele e a arrogância é muito tênue. Os motivos podem ser inúmeros, tais como: mecanismo de defesa, imaturidade emocional, distorção da realidade no momento de justificar os erros e crenças pessoais brutalmente encaixadas no contexto organizacional.
Aliviando a pressão
Procurar ajuda e sinalizar fraquezas no ambiente de trabalho não deveria ser motivo de humilhação, constrangimento nem sinônimo de autoestima baixa. Buscar apoio revela comprometimento.
Por outro lado, a permanência em um estado de insegurança extrema pode levar ao adoecimento, pois o ego, por estar fragilizado, acaba se sujeitando a situações nocivas.
Fazer-se de forte o tempo inteiro também traz uma perspectiva muito reduzida, vez que leva à exaustão e, consequentemente, ao adoecimento.
Então qual é a melhor alternativa? Trabalhar de forma profissional em um clima de solidariedade, aliviando pressões emocionais e buscando soluções táticas ou estratégias para diminuir os impactos das adversidades.
Buscar recursos que possam auxiliar nessa jornada pode ser determinante para uma carreira em constante crescimento. Isso se deve a complexidade e nuances envolvidas no processo: o que você controla e o que não pode controlar.
Uma proposta…
O objetivo das dicas a seguir é contribuir para o uso mais equilibrado dessas forças interiores e exteriores para maior crescimento profissional:
A. Analise comportamentos e pensamentos padrões;
B. Obtenha informações, contextos e estabeleça um foco de ação;
C. Considere, de verdade, a coerência da situação. Desarme e se arrisque para enxergar novas hipóteses;
D. Em seu ambiente de trabalho, descubra profissionais com os quais se identifique mais e confie neles para trabalhar algumas questões;
E Perceba que é necessário se entregar a um processo de “pedir ou oferecer ajuda” e desfrute desse momento;
F. Considere o que o outro diz, entendendo a perspectiva e o motivo que o faz agir desta ou daquela maneira (seja para você aprender ou ajudar).
Essa autoconsciência possibilitará ao “ego” agir em consonância com o todo, promovendo uma compreensão do outro durante o processo. Esta é uma realidade futuro/presente para crescimento de carreira, em que o espaço de desenvolvimento profissional é um quesito essencial.
Considere aprender um passo de cada vez. Não há necessidade de extrapolar ou encarar todos os itens ao mesmo tempo. Assim como em uma maratona, é necessário considerar qual o percurso e o quão perto está da linha de chegada.
Ser resiliente e ponderar todo esse crescimento, buscando reconhecer pequenas vitórias e observando as nuances desse processo humano chamado ego, será determinante.